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Séries e filmes podem influenciar-nos?

Tudo aquilo que nos rodeia pode ter (e, normalmente, tem mesmo) um impacto em nós, seja na maneira como pensamos, como tomamos decisões ou como agimos.

Séries e filmes também influenciam as nossas atitudes?

Os filmes e séries a que assistimos são, muitas vezes, verdadeiros pontos de viragem no nosso pensamento, elucidando-nos sobre temas sobre os quais nunca nos debruçamos ou alargando os nossos horizontes sobre determinados assuntos.

Os serviços de streaming tornaram possível assistir a uma série completa numa questão de horas, o que antes era muito improvável acontecer, uma vez que a televisão passava apenas um episódio por dia ou até um por semana!

Assim, as pessoas iam tendo acesso aos episódios faseadamente (quem se lembra? Ou, então, quem já ouviu os pais a contar?). Agora, assistir a uma série inteira num dia é algo bastante normal.

Além de servirem de entretenimento e distração, as séries e filmes acabam por nos influenciar, mesmo que, por vezes, não nos apercebamos disso.

Podem influenciar, por exemplo, o nosso ponto de vista político

Anthony Gierzynski explica este fenómeno no seu livro Os efeitos políticos da mídia de entretenimento: como os mundos imaginários afetam as perspectivas políticas do mundo real.

Desde o dia em que nascemos, somos influenciados pelas pessoas ao nosso redor e por aquilo que vemos na televisão e, agora, na internet.

Até existe um ditado que diz: “Os pais criam e o mundo ensina”.

Quem nunca se identificou com cenas ou personagens de algumas séries ou filmes? E quem é que, não se identificando, desejou ser como uma determinada personagem e foi seguindo os seus passos na vida real?

A verdade é que as nossas atitudes e pensamentos são, muitas vezes, influenciados por séries e filmes.

Quem nunca adotou expressões muito usadas naquela série que adora?

Ao assistir a estes conteúdos culturais, acabamos por captar informações inconscientemente, como a atitude, o estilo, a maneira de falar das personagens, e reproduzir essa informação no nosso quotidiano.

O professor e chefe do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Vermont, nos EUA, relata, na sua obra, que quanto mais ficcionais, mais as séries e os filmes têm o poder de influenciar os espectadores.

Segundo Gierzynski, o conteúdo que as pessoas consomem por diversão desempenha um papel importante nas atitudes relacionadas à tolerância, diversidade, justiça social, crime e terrorismo.

“O estado mental único que ocorre quando somos transportados por histórias e nos identificamos com personagens faz das histórias fictícias — talvez, especialmente as mais desconectadas de nossa realidade atual, como fantasia e ficção científica — um agente mais potente da aprendizagem política do que tentativas explícitas de ensinar valores politicamente relevantes”, afirma.

O livro relata como o autor conduziu 13 estudos em busca de correlações entre a imersão dos participantes ao assistir a programas de televisão e as suas ideologias políticas.

Os investigadores escolheram filmes e programas que abordassem assuntos políticos, como a série Game of Thrones.

Gierzynski explica que, nessa série, o bem raramente triunfa sobre o mal. Os vilões parecem desproporcionalmente ultrapassar e, muitas vezes, matar as personagens honrosas.

“A exposição às lições repetidas de Game of Thrones de que o mundo é cruel e injusto parece ter diminuído a tendência a acreditar no oposto, que o mundo é justo”, relata Gierzynski.

De que forma isto pode moldar a nossa ideologia política?

Ora, uma pessoa que vê o mundo como injusto pode mais facilmente favorecer medidas socialmente corretivas para proteger os direitos humanos e tentar nivelar o “jogo” para os menos afortunados.

Faz sentido, não é?

Mas… Por que razão isto acontece?

Porque é que as séries e filmes exercem tanta influência na visão política dos espectadores?

Gierzynski acredita que, quando as pessoas são envolvidas por narrativas de histórias em meios de entretenimento fictícios, o estado mental delas é qualitativamente diferente do que quando estão a processar informações.

A exposição seletiva e os níveis de aceitação não são, assim, iguais quando estamos a ver notícias e quando estamos a ver entretenimento.

“Ao sermos transportados para uma história, tendemos a aceitar a realidade dela, envolver-nos emocionalmente e no imaginário da história e deixar o mundo real para trás. Isso significa que somos menos propensos a contra-argumentar mensagens enquanto desfrutamos de entretenimento e mais propensos a levar essas mensagens quando deixamos os mundos fictícios”, explica.

Ainda para mais, hoje, com a emergência das plataformas de streaming, o acesso aos produtos culturais está bastante facilitado. Podemos escolher aquilo que queremos ver entre uma panóplia quase infinita de opções.

Portanto, é normal que nos deixemos influenciar mais facilmente por uma série ou um filme que fomos nós a escolher.

O tempo é, cada vez mais, um bem precioso, pelo que é natural que “baixemos a guarda” e nos deixemos absorver completamente pela e na série ou filme que escolhemos para “gastar” o nosso tempo.

Se és uma pessoa que acompanha as novidades no universo cinematográfico, é provável que já tenhas assistido, por exemplo, à minissérie que quebrou os recordes de audiência da Netflix em 2020: The Queen’s Gambit (em português, O Gambito da Rainha).

A série é baseada no livro de mesmo nome, escrito por Walter Travis em 1983 e tem como protagonista a personagem Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), um prodígio do xadrez que percorreu o mundo em duelo com os melhores jogadores da época.

A verdade é que, embora seja uma história de ficção, a série despertou uma curiosidade imensa sobre o xadrez.

Milhares de pessoas pesquisaram sobre jogadas de xadrez, tabuleiros e outras questões relacionadas com o desporto.

Por isso, é interessante perceber como os produtos audiovisuais consumidos por milhares de pessoas podem influenciar o pensamento e comportamento social, e, como não podia deixar de ser, nos negócios.

A seguir, falamos um pouco acerca da importância de acompanhar as tendências do streaming e de como isso tem um papel interessante nas estratégias de um negócio.

As tendências influenciam o nosso comportamento?

As pessoas que trabalham ou estudam comunicação já devem ter uma noção sobre a influência gigantesca dos media no comportamento individual e coletivo.

No período em que The Queen’s Gambit esteve no Top 10 da Netflix, as pesquisas no Google sobre xadrez em todo o mundo aumentaram em quase 120%.

Ainda foram registradas centenas de pesquisas sobre o tabuleiro de xadrez, estratégias de xadrez, jogada siciliana (se viste a série, deves lembrar-te deste termo, pois surgiu inúmeras vezes) e outros termos relacionados à série.

Também a série Euphoria, lançada pela HBO em 2018, influenciou diversas pessoas com as suas maquilhagens ousadas, fotografias e figurinos que transmitiam a jovialidade característica da série.

Destinada e retratando a Geração Z, algumas influenciadoras de moda e beleza incorporaram as makes nas suas produções de beleza. Para marcas de moda e maquilhagem, o momento pôde ser aproveitado para destacar produtos ideais que ajudassem clientes a reproduzir as ideias de make inspiradas na série!

Segundo um estudo realizado pela Universidade do Norte do Texas, as séries influenciam significativamente a escolha do destino das férias, por exemplo. Aliás, de acordo com uma pesquisa do Tripadvisor, 1 em cada 5 viajantes escolhe o lugar de viagem dessa maneira.

 

Sugestões de filmes e séries com grande poder de influência

Não é novidade que determinados filmes e séries sirvam como verdadeiras influências no comportamento e consumo dos espectadores, no entanto, sem dúvida que alguns são melhores a fazê-lo do que outros, certo?

Por isso, de seguida, eis alguns exemplos de filmes e séries que criaram verdadeiras tendências:

1. The Queen’s Gambit

The Queen’s Gambit ou O Gambito de Dama é a minissérie mais vista de sempre da Netflix.

Esta minissérie é baseada no romance de Walter Tevis de 1983, que conta a história de uma menina de 9 anos, protagonizada por Anya Tayloy-Joy, que vive num orfanato nos anos 50 e 60 e se torna a melhor jogadora de xadrez do mundo.

Abordando um tema que, à partida, poderia parecer um pouco aborrecido – o xadrez -, a verdade é que esta minissérie não só se tornou na mais vista na Netflix como se tornou numa verdadeira tendência.

O que é certo é que a venda de tabuleiros de xadrez aumentou 125% nos EUA após o lançamento da série na Netflix, motivando muitas pessoas a tentar a sua sorte neste jogo pela primeira vez.

2. Stranger things

Stranger Things é outra das séries que se tornou numa verdadeira tendência e que poderá ter tido uma forte influência nos espectadores, que começaram a demonstrar um maior interesse pela cultura dos anos 80.

É uma série americana de suspense, ficção científica e terror, criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer em 2016. Conta a história de um grupo de amigos nos anos 80 e foi um verdadeiro sucesso entre os jovens, especialmente, fazendo-os interessarem-se mais pelos anos 70 e 80.

Desde as roupas usadas, às músicas e aos filmes que a série faz referência, como Alien, E.T, Os Goonies, Poltergeist, Conta Comigo e filmes baseados nas obras de Stephan King, emergiu nos adolescentes uma vontade de fazer ressurgir o retro.

3. Saga Crepúsculo

Quem se lembra desta saga que foi um sucesso autêntico também entre os adolescentes?

A história do vampiro interpretado por Robert Pattinson na saga Crepúsculo foi uma tendência mundial e deu o mote para uma das grandes tendências de moda: o uso de lentes de contacto coloridas.

As lentes de contacto que até então eram utilizadas apenas para substituição dos óculos, ganharam, com a saga Crepúsculo, uma dimensão que ultrapassou os problemas de visão e passou a ser considerado um adereço que completa o visual.

As lentes coloridas, nomeadamente as que permitiam um visual semelhante ao de Edward e outros vampiros, passaram a ser uma tendência, mais uma vez, mostrando como um filme pode ter uma forte influência no comportamento do público.

4. Cowspiracy

Sabias que 51% das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa são causadas pela pecuária e atividades relacionadas (dados do Worldwatch Institute)? Não? Talvez devesse mesmo ver este documentário.

São vários os relatos pelo mundo de pessoas que o viram e decidiram mudar a sua alimentação, não apenas para proteger animais, mas para salvar o planeta. O apresentador português João Manzarra é um deles.

O título do filme realizado por Kip Andersen e Keegan Kuhn é um trocadilho entre as palavras vaca (cow) e conspiração (conspiracy), mas “Cowspiracy” tem mais a ver com factos do que com teorias da conspiração.

Factos que mostram a existência de um problema maior do que todas as vacas que habitam a Terra: a pegada ecológica causada pela criação de animais para alimentação.

5. Seaspiracy

“Seaspiracy: Pesca Insustentável” põe em causa quase tudo o que sabemos sobre os mares.

Bebe muito do estrondoso sucesso de “Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade” — o trabalho documental de Kip Andersen e Keegan Kuhn que pôs meio mundo a questionar o consumo de carne — e promete fazer o mesmo no que ao pescado diz respeito. Kip Andersen mantém-se na equipa, mas agora como produtor-executivo.

O objetivo era documentar o problema dos plásticos nos mares, mas tudo mudou quando se apercebeu de que este não era o principal problema. Bode expiatório? Já lá vamos, que a história é comprida e intrincada.

O melhor é mesmo seguir viagem com este jovem videógrafo britânico de 27 anos que se interessa por explorar o que se passa nos bastidores dos mares e que acaba a descobrir uma rede de mentiras que envolve não só empresas de pesca e aquacultura como também organizações não governamentais de (suposta) defesa da vida marinha.

Ao narrar tudo na primeira pessoa, Tabrizi transporta os telespectadores para o centro da narrativa; é como se nós e ele estivéssemos no mesmo barco, a descobrir em simultâneo o que acontece e não se diz. E era mesmo muito o que não se ouvia dizer.

6. The Social Dillema

Numa análise ao mundo da tecnologia, mais particularmente da indústria dos social media, durante 93 minutos são-nos descritos os danos causados por plataformas como o Facebook, Google, Instagram ou Twitter, com base nos testemunhos de vários ex-funcionários destas grandes empresas.

O documentário The Social Dillema explica o impacto, cada vez mais notório, que as redes sociais têm na nossa sociedade e alerta-nos fortemente para as repercussões destes algoritmos invasivos e sobre as verdadeiras intenções das redes sociais.

The Social Dilemma começa com uma citação de Sófocles: “Nada vasto entra na vida dos mortais sem uma maldição”.

Sempre prezámos a Internet pela evolução e facilidade de comunicação que nos veio proporcionar. Ficou mais fácil conhecer pessoas, criar ligações rápidas, partilhar experiências e entrar em contacto com amigos, colegas e familiares, mas até que ponto as contrapartidas não se tornam nefastas para nós enquanto indivíduos e enquanto sociedade?

Este documentário está repleto de exemplos verídicos, autênticos “abre-olhos”, que levaram imensas pessoas a limitarem o tempo que passam nas redes sociais e, muitas delas, até desativaram as contas e/ou desinstalaram as aplicações dos seus telemóveis.

 

Como as tendências podem ajudar a minha marca?

Para aqueles que empreendem, acompanhar as tendências é muito importante para compreender o comportamento e interesse do consumidor.

A partir de ferramentas gratuitas, como o Google Trends, é possível estar a par dos tópicos que são tendência no momento. Recorrer a este tipo de recursos permite-te reconhecer facilmente mais oportunidades de estreitar a relação com o teu público.

Com boas estratégias de marketing digital, consegues mostrar ao teu público que estás atento ao que acontece no mundo, às tendências e às necessidades do cliente.

Lembra-te que essa necessidade pode ser consumir um conteúdo de qualidade sobre uma série de sucesso ou relembrar sobre aquele produto relacionado a uma determinada tendência.

Estar atento a estes processos é crucial para vingar no Marketing de Influência.

É importante frisar a necessidade de adaptar o conteúdo ao que o teu negócio oferece, e não apenas utilizar uma trend para conseguir visibilidade imediata e sem nexo.

Por isso, é preciso investir numa imagem de marca consistente e numa estratégia de Marketing Digital integrada, incluindo o Marketing de Influência.

A vinculação única e original de trends ao teu negócio é aquilo que pode dar um boost à tua visibilidade e vendas!

 

Precisas de ajuda para te manteres atualizado sobre as tendências?

Na Influenza, temos uma equipa especializada em Marketing de Influência, que conta igualmente com bons conhecimentos de Marketing Digital para te ajudar!

Confia em quem faz do seu trabalho uma missão conjunta: ajudar o teu negócio a crescer no Digital.

Vamos Influenciar o mundo, juntos?

Até já,

Equipa Influenza

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